“MÁSCARA NEGRA”
Por Ana Paula Santana de Oliveira
NO Brasil, mais especificamente na Bahia, a maioria da população é composta por negros. Sendo estes os maiores consumidores no mercado atualmente. A cultura baiana hoje é voltada para a conscientização negra. Certas personalidades artísticas se valem da imagem do negro para se promoverem artisticamente, pois ser negro é moda. Isso não quer dizer que o negro hoje tem direitos iguais aos indivíduos de pele branca e que realmente o preconceito e o racismo foi exterminado no Brasil. O que há é apenas uma maneira de se promover através de uma “máscara negra”. Artistas usando cabelo Black, produtos para pele negra nos estabelecimentos comerciais, composição de músicas e clipes musicais envolvendo a raça negra. Tudo muito lindo e perfeito.
Todavia, agora,vamos às análises de toda essa perfeição utilizando apenas um exemplo bem interessante: a capa do CD “Feijão com arroz” da nossa diva baiana, Daniela Mercury, onde a mesma está abraçada com um negro. Num primeiro olhar parece tudo muito natural e bonito, afinal é uma mulher branca e um negro entrelaçados simbolizando a igualdade racial, o fim do racismo, demonstrando todo o amor da diva pelo povo do qual ela faz parte. Entretanto,se analisarmos com mais cautela tal imagem, notaremos que o negro está de costas, que na minha interpretação configura uma raça sem identidade, sem rosto, sem nome; um outro detalhe é o braço da cantora Daniela Mercury sobre as costas do negro em questão, simbolizando assim o domínio do branco sobre o negro. Na contra capa do CD da mesma cantora em questão, ela aparece com uma mulher negra, sendo que a mulher negra está em posição de trono e a cantora Daniela está sentada sobre o trono simbolizado pela negra em questão, e mais uma vez aí está demonstrando a inferioridade do negro e domínio do branco sobre o mesmo na sociedade brasileira.
Concluindo, a única em destaque na capa do cd “Feijão com Arroz” é a própria cantora, Daniela Mercury, que assim como outros artistas usam o negro como um objeto para se promoverem na mídia, pois a maioria de seus fãs, as pessoas que comprarão o seu produto são negros.
Portanto, precisamos estar atentos para esses fatos ocorridos a todo momento no âmbito da cultura artística brasileira para não sermos enganados por uma “beleza falseada”, onde por detrás há todo um preconceito racial esmagando a nossa cultura, a cultura negra.
”O NEGRO É FORTE, O NEGRO É BELO, O NEGRO É HERÓI, POIS LUTA PELOS SEUS IDEAIS E AMA A SUA ORIGEM, AMA SUA COR NEGRA E EXOBERANTE QUE POSSUI!” (Ana Paula Oliveira, 2011)